terça-feira, 23 de agosto de 2011

Biografia - Forró Mastruz com leite






Histórico

Tudo começou em novembro de 1990, em Fortaleza, capital do Ceará. Emanoel Gurgel - idealizador do Mastruz com Leite - trabalhava com confecções e possuía uma banda de baile, chamada Banda Aquárius. No início da década de 1990, a onda era lambada, rock e baladas americanas; não havia espaço para o forró. No entanto, Emanoel percebia que nos bailes realizados na capital cearense, os salões lotavam quando os grupos tocavam forró, e quando tocavam outros ritmos, a casa esvaziava. Seguindo essa linha de pensamento, Gurgel resolveu criar uma banda que tocasse exclusivamente o forró. Estava nascendo o grupo que mudaria a história do forró, traçando um novo destino para a música nordestina: o Mastruz Com Leite.
A escolha do nome não foi difícil, já que Emanoel, na época, também era esportista e possuía um time de handbool, que se chamava Mastruz com Leite. Tempos depois, o time acabou e a banda herdou o nome, que até hoje causa impacto e curiosidade aos dispostos a provar de seu sabor.
O início, como em qualquer banda que busca um lugar ao sol, não foi fácil. O Mastruz tocava sempre nos intervalos das apresentações da Banda Aquárius - os músicos da banda-baile zombavam dos integrantes do Mastruz, dizendo que eles iam morrer de fome tocando apenas forró. No entanto, por ironia do destino, de acompanhamento, o grupo tornou-se o prato principal. Em questão de semanas, a banda caiu no gosto do público fortalezense e realizou seu primeiro show solo no Mangueira Clube, em dezembro de 1990, graças ao novo estilo de fazer forró, incorporando o teclado, o baixo, a guitarra, sax e bateria à sanfona, zabumba e triângulo.
Em sua primeira formação, o Mastruz com Leite era composto por Jean e Marcelo, na bateria; Zé Wilson, na sanfona; Bel, no contra-baixo; e Japinha e Tony Silveira no vocais. Sendo que este último também era guitarrista.
O repertório de início era composto por alguns forrós conhecidos na época, canções de Teixeirinha, músicas sertanejas, bregas, marchinhas, solos consagrados e até baladas internacionais. Tudo em ritmo de forró. As cinco horas ininterruptas de shows, aos poucos, foram penetrando outras cidades do Ceará, até chegar à cidade de Araripina, alto sertão de Pernambuco. O primeiro espetáculo fora dos limites cearenses.
Como o grupo ainda não havia gravado nenhum disco, a forma de divulgação era feita através de fitas K7, gravadas num estúdio caseiro. Lá, Emanoel colocava a banda para tocar, como se estivesse dando um show. Em seguida, copiava o material e vendia durante os shows. Segundo os primeiros integrantes, era o maior sucesso.
Com o passar do tempo, surgiu a necessidade de uma voz feminina no grupo. Desta forma, Emanuel resolveu realizar um concurso para eleger uma cantora para o Mastruz, o da "Melhor Cantora de Forró do Ceará", divulgado pela TVE, em junho de 1991. Ainda durante os ensaios, a concorrente Bete agradou tanto, que foi convidada para integrar a banda, contando depois com a presença da grande vencedora Kátia Cilene, na época com apenas 15 anos. Formava-se o dueto: Bete e Kátia. Não durou muito e Bete saiu. Ironia ou não do destino, três anos depois, outra integrante com o mesmo nome integra os vocais femininos do Mastruz com Leite: Bete Nascimento.
O primeiro sucesso do Mastruz foi a música " O Rei do Baralho ", que tocou em muitas rádios e serviu como termômetro para a gravação do primeiro disco, o " Arrocha o Nó ", produzido pela Continental, superando a fase em que gravava seus shows e vendia as fitas. Apesar da excelente vendagem do trabalho estreia, o primeiro Disco de Ouro foi mérito do segundo CD "Só pra xamegar", gravado nos estúdios da SomZoom, graças ao sucesso "Meu vaqueiro, meu peão".
Apresentações marcantes ficaram na memória do Mastruz, a exemplo do Canecão, no Rio de Janeiro, em julho de 1994. Na época, o grupo ficou em cartaz, durante dois finais de semana, num dos palcos mais disputados por artistas do primeiro time da música brasileira. O espetáculo, dirigido por Walter Lacê, teve uma produção de primeira linha. O show tinha troca de cenários, figurinos e foi apresentado para o público carioca, além nordestinos que estavam com saudades da terra natal. Artistas globais também compareceram ao espetáculo. A façanha lhes rendeu uma apresentação no programa do Faustão, na Rede Globo, e ainda uma reportagem na maior revista de informação e entretenimento do país: a revista Veja. O Mastruz com Leite passou, ainda, pelos palcos do Impertator e Matropolitan - hoje, Citibank Hall -, também na capital carioca, além dos extintos Olympia e Palace, em São Paulo.
Mas conquistar a Região Sudeste não foi fácil. Isto porque, na primeira vez que foi convidado para tocar na capital paulistana, a casa de shows que contratou o Mastruz, não tinha um só pagante na hora do espetáculo. O público se resumia aos garçons, os empresários e os músicos. Hoje, o Mastruz consegue atrair mais de 10 mil pessoas em suas apresentações. No Nordeste, sentiu algumas dificuldades para conquistar a Bahia, hoje superadas.
A banda cearense ainda apresentou seus sucessos em programas de TV de nível nacional, como: Planeta Xuxa, Xuxa Hits, Mara Maravilha, Som Brasil, Bem Brasil, Falcão na contramão, Jô Soares Onze e Meia, Hebe, Clodovil, Programa Livre, Vídeo Show, Documentário Especial, Amigos e Amigos, A Turma do Didi, Programa do Leão, Ratinho Show, Amigos e Sucessos, História de Sucesso, Especial Sertanejo, Mulheres, Mexe Brasil e Ceará Caboclo.
Ousadia foi uma das virtudes que elevou o Mastruz ao posto de "Maior banda de forró do planteta". O grupo foi a primeira banda de forró a tocar em cima de um trio elétrico, quando participou de várias micaretas, dentre elas: Micarina (Teresina - PI), Micarecandanga (Brasília – DF), Lavagem do Bonfim (Salvador – BA), Carnaval de Salvador em 95 - quando puxaram o bloco Papa-Léguas, hoje comandado por Cláudia Leite - e no Pré-carnaval de Fortaleza.
As turnês no exterior também ajudaram a solidificar a carreira do Mastruz. Isso porque o Mastruz com Leite foi a primeira banda de forró eletrônico a pisar em solo estrangeiro. Em outubro de 2002, o grupo realizou três apresentações nos EUA. Com a experiência bem-sucedida, em 2003, a turnê internacional se repetiu por duas vezes, dessa vez, nos países de Portugal e Suíça, ambas no continente Europeu.
Com vinte anos de carreira e 44 álbuns lançados, o grupo já vendeu mais de 10 milhões de discos, com um repertório que inclui gravações de grandes nomes da música popular brasileira como: Luiz Gonzaga, Roberto Carlos, Dominguinhos, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro, Peninha, Pinduca e Carlos Santos. O recorde de vendagens, num único trabalho, aconteceu no ano de 1997, quando o Mastruz alcançou a marca de Um milhão e seiscentas mil cópias, com o primeiro CD Ao Vivo.
Gravações áudio-visuais também merecem destaque nessa história repleta de peculiaridades e pioneirismo. O primeiro DVD do grupo, gravado em maio de 2004, em Recife, alcançou a impressionante marca de 100 mil cópias vendidas em apenas um mês de lançamento. O primeiro registro em DVD contou com um público de 60 mil recifenses, que entoaram as canções imortalizadas pelo Mastruz. Não demorou muito e, em maio de 2007, o grupo voltou à Pernambuco, para realizar um segundo registro em DVD. Dessa vez, a cidade escolhida foi a capital do forró, famosa por realizar o maior São João de rua do mundo: Caruaru. Estima-se que mais de 80 mil pessoas compareceram para dançar e cantar os grandes sucessos dos artistas forrozeiros.
Atualmente, a banda possui 14 integrantes responsáveis por um público amante do ritmo mais quente e afrodisíaco do planeta.


Discografia


Coletâneas

  • Mastruz com Leite Pérolas - (2000)
  • 10 Anos de Sucesso I - (2002)
  • 10 Anos de Sucesso II - (2002)
  • 10 Anos de Sucesso III - (2002)
  • 10 Anos de Sucesso IV - (2002)
  • 10 Anos de Sucesso V - (2002)





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